O que é chegar aos 32 anos, muito rico e bem sucedido no louco mundo da música? Para uns, é morrer. Para Alex Turner é fazer o que bem lhe apetece!
Cinco anos após o lançamento de “AM”, os Arctic Monkeys voltaram aos álbuns de originais e, desta vez, parecem querer começar do 0, como se tudo o que conquistaram antes não mais fizesse sentido.
Este não será o «Ok Computer» dos Arctic Monkeys, mas representa o abandono da vitalidade pueril do rock e parece querer demonstrar um estado de maturidade de Alex Turner até então impensável naquilo que se conhecia dos AM.
Alex Turner foi beber aos clássicos para compor este álbum conceptual, sem singles, sem hits, uma obra que cheira a auto-prazer e a descomprometimento. Podia (e devia) ser um álbum a solo.
Num disco onde a inspiração, tal como foi confessada (o próprio partilhou uma playlist) surge pela mão dos veteranos Serge Gainsbourg, The Beach Boys, Leonard Cohen, entre outros nomes grandes dos anos 60/70, parece haver aqui muito de uma aspiração a ser o David Bowie das novas gerações.
Se alguém ainda tinha dúvidas sobre se Alex era extraordinário artista, este álbum esclarece todas as dúvidas. Já no que diz respeito aos Arctic Monkeys e ao seu futuro, sobrarão muitas interrogações após este trabalho. É o seu fim tal como o conhecíamos ou apenas um hiato?
Para já, ficará para a posteridade esta história de ficção cientifica saída da mente criativa de Alex e a curiosidade para saber como resultará ao vivo.