David Fonseca, que na semana passada, esteve no Coliseu de Lisboa (Review disponível AQUI) e no Coliseu do Porto na comemoração dos seus 20 anos de carreira, partilhou de forma pormenorizada com o Musical Eclecticism a sua visão sobre a sua carreira, as transformações que o mundo da música tem vindo a ter e as músicas e álbuns que mais o influenciaram. Uma entrevista imperdível para ler com tempo e dedicação.
EM: Começando meio em jeito de provocação saudável, quando se coloca as coisas na perspectiva de “eu gostava mesmo era de ser fotógrafo a tempo inteiro” (a tua primeira atividade remunerada) e se tem uma carreira musical de referência já com 20 anos, é mesmo assim ou foi mais uma forma de ter um plano B pré-anunciado/definido para o caso de o sucesso deixar de existir?
David Fonseca: De facto, é mesmo assim porque talvez tenha sido, desde sempre, o meu sonho principal seguir fotografia, como uma espécie de um emprego a tempo inteiro. Mas nunca quis dizer que quisesse deixar a música por causa disso. Acho que aquilo que eu queria era ter tempo para perseguir esta atividade de uma forma mais consistente, mas não tenho essa ideia de que vou ser fotógrafo, caso o sucesso deixe de existir, nem acho que as coisas se medem assim. Acho que ao longo do tempo, as coisas vão acontecendo quando têm que acontecer. E pode ser que um dia eu possa ter tempo para fazer mais fotografia do que aquilo que queria, também por decisão, posso decidir assim ou então não, e continuo a fazer como faço agora que é cruzar essas artes todas em coisas tão distintas, mas sempre dentro do mundo da música.
EM: Entre a melancolia da juventude difícil, tão presente na tua discografia e o espírito divertido e leve de alguns dos vídeos de maior sucesso, podemos dizer que a música transformou um nerd de Leiria, num homem confiante e tranquilo com as suas escolhas? Ou a melancolia das canções ainda por aí habita e é precisamente por isso que não te (queres) levar muito a sério?
David Fonseca: Eu acho que a melancolia sempre existirá nas minhas canções, mesmo nas canções mais leves há sempre um traço melancólico qualquer, porque acho que é uma faceta muito específica da minha personalidade. Mas acho que nos primeiros tempos é possível que eu escrevesse mais sobre assuntos mais melancólicos, isso também tem a ver com a descoberta das coisas ao longo da idade, acho eu.
Numa altura quis escrever mais sobre umas coisas, noutras quis escrever mais sobre outras, mas na realidade sempre houve uma espécie de uma pessoa muito festiva por baixo de todas aquelas canções, porque, na minha vida, fora do plano musical e fora dos palcos, sou uma até bastante expansiva, digamos assim.
Portanto eu acho é que nem sempre trazia isso para dentro das canções e ao longo dos anos tive um bocadinho mais a coragem de o fazer, porque acho que é preciso mais coragem para trazer ao de cima esse lado mais festivo do que o lado contemplativo. O lado contemplativo, pelo menos, ligo mais às canções e ao lado de escrever, enquanto o festivo nem sempre é tão simples escrever uma música mais festiva, pelo menos para mim.
EM: “Oh my heart, stay out of my head/ My head, get out of my heart” Esta é a dicotomia que te acompanha entre o “entrar no coração” e o que a razão determina?
David Fonseca: Curiosamente essa dicotomia que falo aqui tem muito a ver com essa melancolia, apesar da canção ser claramente alegre, fala de uma coisa que na sua essência não é propriamente a mensagem mais alegre do mundo. Isso é uma coisa muito presente nas minhas canções, ou seja, a ideia da canção fala muito sobre esse diálogo que existe entre a razão e o coração.
Às vezes, a insensatez do coração versus o calculismo da cabeça, que nem sempre é fácil gerir tanto uma como outra, e que por norma é no discurso entre as duas que se encontram as coisas que se fazem na vida e as coisas constroem a nossa vida, mas eu acho que é assim em quase tudo.
EM: Escrevemos na review de “Radio Gemini” que “A maturidade artística que David (sim, é verdade, está a cumprir 20 anos de carreira!) apresenta nesta sua “emissão de Radio” permite afirmar que, em termos criativos, este é, até ao momento, o seu melhor álbum.“ Partilhas dessa visão?
David Fonseca: Bem é sempre complexo saber se é o meu melhor disco ou não. Acho sempre que o meu melhor disco é sempre o último por uma razão muito simples, porque quando faço discos novos, de alguma maneira estou com o machado a deitar abaixo o disco anterior. Ou seja, é como se os discos anteriores me empurrassem a fazer uma coisa que ainda não fiz, que seja diferente e, como tenho uma predileção clara por fazer coisas novas, muito mais que recordar as que já fiz, tenho sempre uma energia e uma fé muito grandes naquilo que de novo estou a fazer, talvez tenha a ver com a minha relação com o presente que é muito viva.
E cada vez mais, tenho uma relação muito mais viva com o presente do que com o passado. Há pessoas que vivem muito na ideia do passado, na ideia das coisas que já aconteceram, mas eu prendo-me muito com a ideia do presente. Vivo mais no presente, do que propriamente com ideia no futuro, também não penso muito nisso.
Mas partilho da visão que é o meu melhor disco porque todos os meus últimos discos são sempre os meus melhores discos, do ponto de vista dessa novidade, dessa frescura que eu acho que está presente e depois, porque os discos quando se fazem falam muito acerca do presente. Portanto sinto-me sempre mais ligado aos discos que acabei de fazer e não aos meus discos que têm mais anos, que falam sempre de outras épocas e fases da minha vida e, este fala desta época agora. Nesse sentido, será o disco que está mais próximo de mim.
EM: Esta emissão de Radio não seria possível num mundo em que o CD físico (e as suas vendas) ainda fossem decisivas para “construir carreiras”? Este é o teu manifesto de liberdade criativa?
David Fonseca: Bem, eu já não sei muito bem se o CD físico é algo importante ou não, não faço ideia. Eu acho que hoje, cada vez mais, as pessoas gostam de ouvir canções mais do que discos, talvez porque os formatos e a forma como se ouve música hoje é completamente diferente do que ouvia há 10 anos, mas isto não tem mal nenhum. Há muitas pessoas que ficam indignados com esta nova forma de ouvir música, incluindo muitos músicos, mas acho que a música vai sempre ser ouvida da forma que as pessoas querem ouvi-la, não são os músicos, nem a indústria, que tem que ditar a forma como as pessoas consomem música e, hoje, de facto, consomem-se muito mais canções do que discos na sua “long play”.
As pessoas ouvirem canções e uma espécie de um enleamento de canções de uma ponta à outra. No entanto, isso não significa que não queira defender uma ideia específica, ou seja, este disco foi feito como uma emissão de rádio, mas tal como qualquer outra emissão de rádio, as canções vivem fora dessa emissão. Essa emissão pretende defender uma ideia, mas as canções são livres de serem ouvidas de outra forma completamente diferente.
Do meu ponto de vista, quis foi lançar essa ideia, ou seja, quis que essa ideia fosse presente para quem quisesse ouvir dessa forma. Quem não quiser ouvir dessa forma, não há problema absolutamente nenhum, mas eu acho que é o meu dever como vá, a pessoa que tem a ideia, levá-la até ao final na sua forma original. Depois a forma como as pessoas a consomem ou como olham para ela, isso é uma coisa completamente diferente e que não tenho assim tanto controle como isso mas continuo achar que, acima de tudo, os criadores devem defender as suas ideias originais independentemente da forma como depois são consumidas.
EM: Consideras que o facto de teres começado a carreira musical um pouco ao contrário do que é habitual (ie., do nada para mais de 240 mil cópias vendidas em Portugal e um número inacreditável de concertos em poucos meses) te ofereceu um incomum conforto na vida de um artista e te permitiu escolheres sempre fazer o que te apetecia ou, ao invés, foste sentindo por isso mesmo mais pressão externa e interna para seguir um determinado caminho “certinho”?
David Fonseca: Ter muito sucesso logo ao início de uma carreira é sempre um pau de 2 bicos, porque de um ponto de vista, de facto uma pessoa que tem um momento tão incrível de sucesso logo ao primeiro disco faz com que tenha mais liberdade para discutir o que quer fazer no futuro.
No entanto, não salvaguardo o futuro para todo o sempre, isso é impossível. Também se pode ver que a partir de um sucesso inacreditável como os Silence 4, o mais provável era que a banda ou qualquer carreira só pudesse descer a partir daí, porque sucessos como os Silence 4 só acontecem uma vez, muito de vez em quando. Mesmo na história da música portuguesa, não há assim tantos casos de um sucesso semelhante, lembro-me dos Delfins, do Pedro Abrunhosa, e de mais um ou dois, mas não muitos na história da música portuguesa.
Portanto o que acontece é que depois uma pessoa herda um problema muito grande, ou seja, é ter que ter uma banda que tem um sucesso desmesurado e depois como é que mantém esse sucesso ou como é que lida com esse sucesso ao longo do tempo.
No caso da nossa banda, não aconteceu isso porque a banda acabou muito pouco tempo depois desse sucesso e aquilo que herdei como artista a solo foi um papel mesmo muito difícil porque estava a sair de uma banda de sucesso enorme e estava a começar uma carreira a solo que ninguém sabia se ia resultar ou não, e que tinha tudo contra mim.
Lembro-me do primeiro ano em que toquei o meu disco a solo e não tocava as músicas dos Silence 4 em palco e era muitas vezes vaiado, era difícil explicar às pessoas que aquilo que estava a fazer não era a mesma coisa que fazia anteriormente, isso foi muito mais complexo do que começar do zero porque, por um lado, as pessoas já conheciam o que eu fazia mas, por outro, havia uma resistência muito grande por eu estar a fazer alguma coisa muito diferente da banda que tinha tido aquele sucesso inacreditável. Mas eu acho que todos os percursos são sempre percursos.
Eu comecei dessa maneira, podia ter começado de outra mas de qualquer maneira que fosse iria ter as suas vantagens e desvantagens, e este foi o meu, não há maneira de rodear isso. Cada um tem o seu percurso e este foi o meu e eu aceito-o como ele foi e gosto muito da forma como ele aconteceu, mas não acho que nada tenha sido determinante para chegar aqui.
A única coisa determinante para eu fazer música durante tanto tempo tem muito a ver com a minha especifica de o fazer, tem muito a ver com a dedicação que tive sempre à música e à minha atividade e ao gosto que tenho por fazer isto. Eu gosto tanto de fazer isto que acabei por lutar para conseguir ultrapassar todas as dificuldades e estar aqui durante todos estes tempos.
EM: Quando crescemos tínhamos acesso a um número muito reduzido de artistas e, como tal, passávamos a conhecer, devorar e colecionar tudo o que aquele artista ia fazendo. Parece-te que o imediatismo dos tempos atuais e a maximização do streaming democratizou o acesso, mas, simultaneamente, aumentou a concorrência a um nível insuportável? Como vês essa “luta”?
David Fonseca: Sim, a forma como as pessoas consomem música mudou radicalmente. Aliás, um dos fatores de sucesso dos Silence 4 tem a ver com o facto das bandas usarem muito os meios de comunicação habituais para chegarem às pessoas.
Hoje em dia, as pessoas escolhem muito mais o que querem ouvir. E existe uma oferta infindável de artistas, de projetos e acontecem novos todos os dias e, todos os dias, há alguém a tentar furar nesse mundo que é a Internet para chegar a alguém do outro lado. E isso fez com que deixasse de existir aqueles mega projetos, portanto não existe a possibilidade de existir esses mega projetos, porque essa fragmentação é total.
Não é possível chegar a tantas pessoas de tanta forma passiva como era antigamente e, de uma certa forma, tornou o mercado um bocadinho mais justo, no meu ponto de vista, porque eu também não percebia muito bem como é que era possível tanta gente ouvir a mesma coisa. Ou seja, parecia-me que existia muito falta de acesso a outras propostas e que, depois faziam com que muitas bandas, ou nunca saiam da obscuridade ou então para saírem tinham de facto que obter um sucesso incrível para conseguirem chegar às pessoas.
Ora hoje não é bem assim, hoje existem muitas formas de chegar às pessoas, e não é apenas a força dos media que determina o quanto é que aquelas músicas e aquela banda chegará ao outro lado. Portanto, eu acho que é mais democrático agora, também é muito mais difícil porque, lá está, existem tantos projetos que é muito mais complexo fazer ouvir um projeto que seja, efetivamente, bom. Um dos problemas que a Internet traz, do meu ponto de vista, é que é muito complexo separar o trigo do joio.
Para ouvir uma banda que uma pessoa efetivamente goste, tem que ouvir um mar de bandas que, se calhar, não vai sentir nenhuma atração por elas nem nenhuma vontade de os ouvir, isto por experiência própria. Muitas vezes ouço as playlists que estes canais nos oferecem para descobrir música nova e 95% das vezes não gosto daquilo que me propõe, mas de vez em quando lá aparece uma coisa que eu acho interessante e que possa ter alguma coisa que me interesse explorar. Mas lá está, o mais difícil é, de facto, separar esse trigo do joio.
EM: A propósito, qual consideras ser o «estado d’arte» da música feita em Portugal?
David Fonseca: Eu penso que a música portuguesa vive um momento ótimo, ou seja, há muito mais música a sair todos os dias praticamente. Em Portugal, existem literalmente todos os géneros de música! Uma das coisas que observo quando vou a festivais lá fora é que as nossas propostas musicais, cá em Portugal, são muito mais variadas, do que as propostas musicais deles. Países que não são anglo-saxónicos e que nas suas propostas não têm tanta variedade como nós temos no nosso país. Nós somos um país muito pequeno e para o tamanho que temos, a variedade de música e propostas que existem é de facto fabuloso, e a qualidade que têm também.
Cada vez mais é bom de ver que tantos projetos que saem todos os dias tem uma preocupação incrível em que o seu projeto tenha uma certa qualidade, não só musical como na forma de apresentação, na forma como fazem os seus vídeos, na forma como se apresentam às pessoas, há ali uma preocupação específica desde a génese dos projetos. E é por isso que tantos destes projetos conseguem sair das suas garagens, dos quartos, dos seus computadores, sim porque hoje em dia é muito fácil fazer música e passá-la para o outro lado, para o lado de quem está a ouvir.
Vê-se também que muitas dessas pessoas trabalham imenso para que estes projetos tenham pés e cabeça, para que não seja apenas uma coisa que aconteceu naquele dia. Por isso acho que estamos a viver um momento muito bom, mas faltam algumas coisas como um bom gabinete de exportação de música portuguesa, algo que sempre faltou. Logo no início, quando comecei a fazer música sempre faltou um gabinete estatal que olhasse para a música portuguesa como uma forma cultural e de expansão do nosso país lá fora, e falta também uma presença mais regular da música na televisão, pois é uma coisa que foi quase erradicada e, neste tempo todo, foi desaparecendo lentamente de um dos meios que é o mais visto por todas as pessoas no nosso país, e isso é uma coisa que me traz alguma pena.
EM: Que nomes colocavas no teu “Festival Ideal”? (Vivos ou não)
David Fonseca: Se fosse para escolher eu iria para grande parte dos que já não cá estão, porque se fosse para escolher então mais que fosse uma coisa impossível. Trazia o Jeff Buckley de certeza para encabeçar um dos dias, trazia os Cocteau Twins que foi uma banda que diz a lenda nunca tocou bem ao vivo, mas gostava de os ver a tocar bem ao vivo. Trazia os The Doors na sua formação original, trazia o Elvis Presley, o Roy Orbison e trazia os Nirvana porque também foi uma banda que desapareceu cedo demais, foi uma banda que ainda por cima tive oportunidade de ver quando vieram cá a Portugal, isso já seria um festival incrível!
EM: Se tivesses que identificar os 5 melhores álbuns de sempre, qual era a tua escolha? E porquê?
David Fonseca: É sempre difícil escolher discos, como os melhores discos, as coisas estão sempre a variar e tenho tantos que, vou escolhendo diferentes consoante o dia que estou a atravessar. No entanto, vou escolher estes:
O Jeff Buckley com o “Grace” porque continuo a achar que é um disco que não tem tempo, que pode ser tocado em qualquer altura, e que nos transporta imediatamente para qualquer sítio. É um disco inspirado, ou seja, não percebo como é que todas aquelas canções surgem naquele contexto, um disco efetivamente fora de série.
Escolho o Tom Waits, e discos dele podiam ser muitos, mas escolho o “The Black Rider” porque é um dos meus compositores favoritos de sempre, é um universo totalmente à parte e este disco é uma espécie de ópera escrita com o Robert Wilson que fala do demónio e é um daqueles discos que me acompanhou desde muito cedo e que ouvi centenas de vezes.
Escolho também os Prefab Sprout com o disco “From Langley Park To Memphis” porque foi talvez o primeiro disco que ouvi como LP, ou seja, era muito miúdo e ouvia canções que passavam na rádio e na televisão, e este disco foi a primeira vez que me foi dado a ouvir um disco de uma ponta à outra e que eu realmente me interessei pelo objeto do CD, na altura do vinil, pelo objeto de uma banda que lançou um conjunto de canções. Ainda hoje acho que o Paddy McAloon é um dos maiores escritores de sempre, do mundo inteiro. Eu tenho um grande prazer em ouvir as canções dos Prefab Sprout de qualquer disco, e este é um dos que gosto mais talvez por ter sido o primeiro.
Escolho também os Pixies com o álbum “Surfer Rosa”, porque toda a banda e a sua discografia foram extremamente importantes para mim como músico, acho que foi a banda que me empurrou a querer ser músico e a querer tocar guitarra. As minhas primeiras canções eram todas derivadas de canções dos Pixies e este disco especialmente é o melhor de todos. Curiosamente, esta foi a banda que vi um concerto todo e conheci as músicas de uma ponta à outra, em quase 2h de concerto e não houve uma única música que não reconhecesse.
E finalmente, escolho o Prince como o “Sign “O” the Times”, que foi um dos discos que mais ouvi na minha vida. É um disco absolutamente fabuloso, o Prince era um génio e acho que sempre foi um génio, às vezes mais compreendido e outras vezes menos, mas aqui neste disco e também no “Love Sexy”, o disco seguinte, ele está em topo de forma e é impressionante o número de canções brilhantes que têm estes discos e a forma como as canções funcionam entre si, por isso, o escolho como meu 5º disco.
EM: Como vão ser os concertos de celebração dos 20 anos, no próximo dia 14/11, no Coliseu de Lisboa e 16/11, no Coliseu do Porto? Já agora, vai haver alguma comemoração dos 20 anos dos Silence 4?
David Fonseca: Os concertos vão ser exatamente o que se propõe, uma celebração destes 20 anos de canções. É engraçado porque questionam na pergunta se haverá alguma comemoração dos 20 anos dos Silence 4, mas os 20 anos dos Silence 4 vão estar presentes nesta celebração sempre, porque são também parte deste meu percurso como compositor, letrista e como performer.
Os Silence 4 fazem parte da minha já longa carreira. Estes vão ser concertos de celebração da música que fui construindo ao longo destes anos, também serão uma celebração do espetáculo em si pois ao longo dos anos a minha forma de estar em palco mudou imenso e todos estes espetáculos tornaram-se na minha forma preferida de estar com as pessoas e com a música que faço.
Este espetáculo vai ter várias características desde as coisas mais antigas, àquelas que são as mais novas de todas. Vai haver muito conteúdo nestes espetáculos, por isso, uma coisa é certa, vão ser festas, ou seja, a ideia do espetáculo é fazer uma festa tal e qual como se fosse uma festa de anos, uma festa de aniversário e, com alguma sorte, até bolo irá haver. [NOTA DE AUTOR: Review do concerto de David Fonseca em Lisboa]
Agradecimentos Especiais:
Obrigado David pelo talento e dedicação. Daqui a 20 anos fazemos a entrevista dos 40 anos de carreira!
Mariana Morado (Universal Music)
Fotos: David Fonseca