Quando o talento brota naturalmente, o trabalho é o seu melhor aliado. Mariana Froes é um caso raro. Será gigante no futuro. É uma das mais talentosas novas artistas brasileiras. A sua maturidade, graciosidade e timbre são notáveis e farão com que exista um antes e um depois de Mariana na música brasileira. Mariana nasceu em 2003. Sim, fez em Fevereiro 17 anos.
Fiquem a conhecer melhor esta menina-mulher.
EM: Como é que uma menina com, na altura 16 anos (desde Fevereiro, 17) chegou do 0 até aos 500 mil de fãs no youtube? Vens de uma família de músicos? Como tem sido gerir internamente esse processo? Consideras-te uma adulta prematura (as letras dos originais, por exemplo, “Moça” ou “Rosa e Laranja” têm uma escrita adulta como se tivessem sido escritas por alguém que já viveu longas e profundas histórias de amor) ou ainda uma jovem à procura de si?
Mariana Froes: Não sei muito bem até agora como aconteceu tão rápido esse crescimento. Acredito que, por meio da globalização e das redes sociais, artistas em ascensão podem ter mais visibilidade do que normalmente teriam, como no meu caso. Não há outros músicos na minha família. Tem sido uma montanha-russa de sentimentos gerir essa nova realidade: é um sonho que está se concretizando cada vez mais e ao mesmo tempo uma experiência desafiadora, justamente pela minha idade. Não me considero uma adulta prematura, apenas uma jovem sentimental com a sensibilidade de poetizar os acontecimentos da vida mundana.
EM: É possível ver-te, com 12 anos, numa apresentação escolar, a cantar uma cover de “Come a Little Closer” dos Cage The Elephant e ainda recentemente publicaste covers de Maria Bethânia (foguete) e The Neighbourhood (sweater weather). Como explicas as tuas influências? Achas que a MPB será o teu caminho ou ainda não o tens como certo?
Mariana Froes: Minhas influências transitam entre MPB, bossa nova, samba, choro, xote, rock alternativo, lo-fi, rock psicodélico, indie e pop. Apesar das minhas composições estarem mais entre os 3 primeiros gêneros, espero ainda poder colocar um pouco de cada referência musical minha nas próximas.
EM: Recentemente lançaste “A Porta” com Phill Veras e participaste em “15b” de Rodrigo Alarcon. O teu talento tem vindo a permitir que faças estas colaborações. Como tem vindo a ser esse crescimento e de que forma tens vivido esse processo de colaboração e maior exposição?
Mariana Froes: Para mim, são oportunidades maravilhosas de estar em contato direto com artistas pelos quais eu tenho muita admiração. Poder participar de projetos desses cantores me deixa extremamente feliz, e estive vivendo esse processo com muita gratidão. A exposição vem com coisas boas e ruins, mas acredito que tudo está valendo a pena no momento.
EM: Aos 17 anos e num mundo totalmente de pernas para o ar neste momento com pandemia, instabilidade política e social, como vês a Mariana com 27 anos? Tens um plano muito definido sobre como queres fazer a tua carreira acontecer?
Mariana Froes: Aos 27 anos espero ter conseguido estabilizar meu nome como uma das renomadas artistas da nova MPB. Planejo ter realizado trabalhos dos quais eu me orgulho, ampliar meu público e estar fazendo shows pelo Brasil afora. Tenho planos definidos para que isso aconteça, mas em grande parte se resumem a seguir trilhando meu caminho, lançando músicas, abraçando as oportunidades que me vem, me preparando psicologicamente e melhorando cada vez mais o engajamento com os meus fãs.
EM: O que fazes para além da música? O que estudas? Pretendes ter também essa ferramenta no futuro?
Mariana Froes: Atualmente, estou no terceiro ano do ensino médio. Espero futuramente me graduar em Música e Produção Musical para poder utilizar desses conhecimentos em minhas criações. Além de cantar, também desenho e me aventuro pelo mundo da edição audiovisual, dois hobbies que amo muito e que também me ajudam a produzir meu conteúdo.
EM: Qual consideras ser o «estado d’arte» da música atualmente feita no Brasil?
Mariana Froes: Acredito que há muitas músicas incríveis sendo feitas atualmente no Brasil, mas que, infelizmente, muitas dessas não tem o reconhecimento que merecem. A preocupação da indústria em produzir “músicas de massa” é grande, portanto muitos artistas que não se encaixam nesse padrão não recebem grande visibilidade no cenário musical brasileiro.
EM: Conheces alguma coisa da música portuguesa? Algum artista com quem gostasses de fazer uma parceria?
Mariana Froes: Conheço e gosto bastante, principalmente o fado. Adoraria fazer uma parceria com Mariza, e se Amália Rodrigues ainda estivesse entre nós, seria uma honra fazer uma parceria com ela.
EM: Que nomes colocavas no teu “Festival Ideal”? (Vivos ou não)
Mariana Froes: Chico Buarque, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Johnny Hooker, Tom Jobim, Marisa Monte, Céu, Criolo, Rodrigo Alarcon, Phill Veras, DUDABEAT, Lana del Rey, Amy Winehouse, Francisco el Hombre, Cícero, Martinho da Vila, Adoniran Barbosa, Cartola, The Last Shadow Puppets, Arctic Monkeys, The Neighbourhood, Luiza Lian, Cage the Elephant, Alt-J e Tame Impala.
EM: Se tivesses que identificar os 5 melhores álbuns de sempre, qual era a tua escolha? E porquê?
Mariana Froes:
“Ultraviolence” – Lana del Rey
“Caravanas” – Chico Buarque
“Favourite Worst Nightmare” – Arctic Monkeys
“Everything You’ve Come To Expect” – The Last Shadow Puppet
“Chico” – Chico Buarque
Para mim esses álbuns, apesar de completamente diferentes entre si, expressam sentimentos profundos e muito específicos com maestria, e possuem arranjos que, na minha opinião, são impecáveis.
EM: Quais são os teus planos para os próximos meses?
Mariana Froes: Em meio ao mundo na pandemia, meus planos pros próximos meses são terminar de lançar meu EP, cuidar da minha saúde mental e aproveitar esse tempo livre para compor.
Agradecimentos:
Obrigado Mariana Froes! O talento vai-te levar longe, muito longe…
Vic Ragazzi (Ragazzi Comunicação)